A adolescência é uma fase de crescimento rápido e de modificações na forma, fisiologia, psicologia e comportamento social, desencadeada por alterações hormonais
e condicionada pela estrutura familiar e social. O crescimento do
cérebro humano tem um padrão generalizado de períodos de aumento da
substância cinzenta na infância, seguidos por diminuição na
adolescência, aumento funcional e estrutural das conexões e do processo
de integração. Estes aspectos, potenciados pelas alterações do padrão de
sono/vigília, com redução do sono profundo e início mais tardio do sono
têm implicações nos comportamentos cognitivos e emocionais. O défice
crónico de sono influencia o cansaço e a fadiga, a sonolência diurna, a
memória e a atenção e, como consequência, o aproveitamento escolar e
aumenta o risco de depressão. Há factores psicosociais e biológicos que
promovem e perpetuam o deitar tarde e a dificuldade em acordar cedo. Os primeiros incluem trabalhos de casa e treinos de competição desportiva excessivos e a utilização da tecnologia no quarto.
Os
factores biológicos conhecidos são o atraso do ritmo circadiano e
alteração da síntese de melatonina pela glândula pineal que decorre da
falta de luminosidade de manhã e excesso de luminosidade nocturna.
Realmente, os adolescentes gostam de estar conectados com o mundo
através das tecnologias a que têm acesso no próprio quarto. Utilizam em
média 4 aparelhos electrónicos, depois das 21h. Também aumentou o
consumo de bebidas energéticas, com grandes quantidades de cafeína. A
tendência biológica para as alterações do sono não significam que a
intervenção seja fútil. Os pais têm um papel interventivo importante
assim como os profissionais de saúde. Bons hábitos de sono são
comportamentos aprendidos pelo que é imperativo a informação e a
formação específica nas escolas. Piores resultados em matemática e
défice de crescimento, são áreas a que os adolescentes são especialmente
sensíveis. E o envolvimento dos próprios adolescentes, em campanhas com
linguagem apropriada, divulgadas através de mensagens de telemóvel (mhealth).
Revista Pais&filhos
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