quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Os adolescentes e o padrão do sono

A adolescência é uma fase de crescimento rápido e de modificações na forma, fisiologia, psicologia e comportamento social, desencadeada por alterações hormonais e condicionada pela estrutura familiar e social. O crescimento do cérebro humano tem um padrão generalizado de períodos de aumento da substância cinzenta na infância, seguidos por diminuição na adolescência, aumento funcional e estrutural das conexões e do processo de integração. Estes aspectos, potenciados pelas alterações do padrão de sono/vigília, com redução do sono profundo e início mais tardio do sono têm implicações nos comportamentos cognitivos e emocionais. O défice crónico de sono influencia o cansaço e a fadiga, a sonolência diurna, a memória e a atenção e, como consequência, o aproveitamento escolar e aumenta o risco de depressão. Há factores psicosociais e biológicos que promovem e perpetuam o deitar tarde e a dificuldade em acordar cedo. Os primeiros incluem trabalhos de casa e treinos de competição desportiva excessivos e a utilização da tecnologia no quarto.
Os factores biológicos conhecidos são o atraso do ritmo circadiano e alteração da síntese de melatonina pela glândula pineal que decorre da falta de luminosidade de manhã e excesso de luminosidade nocturna. Realmente, os adolescentes gostam de estar conectados com o mundo através das tecnologias a que têm acesso no próprio quarto. Utilizam em média 4 aparelhos electrónicos, depois das 21h. Também aumentou o consumo de bebidas energéticas, com grandes quantidades de cafeína. A tendência biológica para as alterações do sono não significam que a intervenção seja fútil. Os pais têm um papel interventivo importante assim como os profissionais de saúde. Bons hábitos de sono são comportamentos aprendidos pelo que é imperativo a informação e a formação específica nas escolas. Piores resultados em matemática e défice de crescimento, são áreas a que os adolescentes são especialmente sensíveis. E o envolvimento dos próprios adolescentes, em campanhas com linguagem apropriada, divulgadas através de mensagens de telemóvel (mhealth). 
Revista Pais&filhos

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