sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Dia Mundial da Alimentação

O Dia Mundial da Alimentação celebra-se anualmente a 16 de outubro, data em que se assinala a fundação da Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO), organismo responsável a nível mundial pelas questões da alimentação.

Em 2015 este dia foi dedicado ao tema “Proteção Social e Agricultura: quebrando o ciclo da pobreza rural” e procurou sensibilizar para a importância de desenvolver políticas e programas que visem erradicar a insegurança alimentar e a pobreza no mundo, especialmente em zonas rurais. Cada um de nós deve refletir sobre o que pode fazer para melhorar a sua alimentação e porque não, quem tem espaço, aceitar o desafio e “arregaçar as mangas” para começar a cultivar os seus próprios legumes e frutas. Há cada vez mais ideias e soluções para reaproveitar o espaço e criar pequenas hortas urbanas cheias de estilo. 

 


Os pais continuam a ser os principais responsáveis pelo que colocam no frigorífico e na mesa, todos os dias. Por isso, deixo algumas dicas para comer bem e de forma equilibrada:


- Fazer refeições regulares, não estando mais de 3 a 4 horas sem comer;
- Beber pelo menos 1,5L a 2L de água por dia (água, chá ou tisanas sem açúcar);
- Ingerir verduras pelo menos duas vezes por dia e em quantidade, seja sob a forma de sopas, saladas ou legumes cozidos/grelhados/salteados/assados à refeição;
- Consumir 3 a 4x por semana peixes gordos, como o salmão, cavala, carapau ou sardinha;
- Ovos 2 a 3 gemas por semana porque apesar de terem colesterol, fornecem essencialmente colesterol bom, i.e., o HDL;
- Carnes de aves em detrimento das vermelhas, se bem que mesmo estas fazem-nos falta aí umas 2 a 3x por semana;
- Cereais integrais em vez de refinados, seja sob a forma de pão, muesli, granola, massa, arroz, quinoa, aveia, entre outros;
- Açúcar, apenas o naturalmente presente nos alimentos;
- 2 a 3 doses de lacticínios por dia, de preferência magros;
- 1 a 2 peças de fruta por dia, no intervalo das refeições;
- Preferir confeções simples, como os cozidos, grelhados, salteados em pouca gordura, assados e estufados, em vez dos fritos, panados e refogados;
- Utilizar o azeite como gordura principal, mas não usar mais do que uma colher de sopa por pessoa e por refeição (equivale a cerca de 120 Kcal).

Lanches escolares saudáveis


Preparar lanches saudáveis não é difícil mas exige organização e perseverança. Para algumas famílias pode mesmo ser um desafio. 
Deixamos um conselho: elaborem semanalmente, com a ajuda das crianças, uma tabela de lanches! Vai ser mais fácil saberem o que têm de colocar na lancheira e vai ser mais fácil saberem que alimentos necessitam de comprar, para que não falte nada na hora de preparar o lanche. No folheto abaixo apresentado está um exemplo de tabela semanal, mas existem muitas outras opções de alimentos igualmente saudáveis que podem incluir nos lanches dos vossos filhos. 

Um lanche para ser saudável deve conter uma porção de hidratos de carbono, que fornecem energia, uma porção de produtos lácteos, que contêm proteínas, e uma porção de frutas ou legumes, responsáveis pelas vitaminas, fibras e minerais. Não devemos esquecer que a bebida é também fundamental para garantir a hidratação da criança. Sempre que possível incluam água no lanche da criança.

O CAFAP continua associado ao Programa de Lanches Saudáveis da Escola Básica nº1 de Eiró para apoiar os pais a adotarem uma alimentação cada vez mais saudável e equilibrada. 



quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Dormir com os pais


Na maior parte dos casos os miúdos não têm problemas de sono e sim problemas de afeto. E o afeto não pode ser dado só à noite e sim de dia. É possível aprender a dormir e dormir é um sinal de independência saudável! 


A regra deverá ser: afeto antes de dormir, sossego depois, em camas separadas

Daniel Sampaio escreve sobre o tema e deixa-nos algumas ideias que valem a pena toda a nossa atenção.
Existe hoje alguma controvérsia sobre se os filhos devem dormir na cama dos pais, pelo menos durante os primeiros meses de vida. Podemos afirmar que existem vários tipos de “parentalidade noturna”: alguns progenitores são rigorosos em proibir uma noite inteira na sua cama, outros transformam-na numa verdadeira “cama familiar”, em que uma ou duas crianças se acomodam, às vezes com manifesta falta de espaço, no leito conjugal.
Os meus pais eram muito coerentes na sua educação. À hora de deitar, eu ia dormir sozinho, sem grandes protestos. Embora não me recorde, como é óbvio, dos meus tempos de bebé, as estórias que me contavam eram de uma ida precoce para a minha cama; e se acordava de noite, a minha mãe ou a minha avó iam lá sossegar-me os medos, sem que tivessem de perturbar o seu descanso por muito tempo.
Hoje nem todos pensam como os meus familiares. Os pais trabalham muito, reivindicam para si mesmos uma noite sem interrupções ou preferem não ter de se confrontar com choros e birras das crianças. Defendem o seu direito ao descanso, por vezes numa posição de algum narcisismo. A solução passa então por aceitar que os filhos os acompanhem durante longos períodos ou mesmo toda a noite, de modo a que não haja qualquer período de insónia.
Alguns pediatras e psicólogos vieram em sua defesa. Alegam que a proximidade entre pais e filhos facilita a intimidade recíproca, acalma as crianças e permite uma tranquilidade que favorece o desenvolvimento físico e mental. Defendem que dormir junto aos pais é a melhor forma de evitar a “síndrome da morte súbita”, a primeira causa de mortalidade no primeiro ano de vida, e que corresponde à morte repentina e sem explicação no primeiro ano do bebé. Segundo os defensores doco-sleeping (dormir em conjunto) e da family-bed (cama familiar), os pais que estão mesmo ali ao lado podem logo intervir e salvar o filho. A investigação provou, no entanto, o contrário: a síndrome da morte súbita ocorre muitas vezes em bebés que estão na cama dos pais, sobretudo quando os progenitores abusam de álcool e drogas ou tomam medicamentos para dormir.
Os meus argumentos contra o co-sleeping são outros. Considero que o desígnio fundamental da educação é o da autonomia, esse percurso singular que leva cada um a ser capaz de gerir a sua própria norma, ou seja, ter uma existência independente e confiante. Uma criança pequena não pode viver sozinha, mas pode construir o seu caminho para ser capaz de o fazer mais tarde. Assim, dormir sozinho faz parte desse percurso a percorrer. Até aos seis meses, a criança deve dormir num berço junto à cama dos pais, depois (no máximo com um ano) deverá ter o seu quarto e a sua cama, sempre que as condições da casa o permitam.
A investigação abre caminho a outras compreensões deste problema do co-sleeping. Diversos estudos demonstram que as crianças que permanecem muito tempo na cama dos pais exacerbam comportamentos sexuais precoces e exibem curiosidade excessiva sobre a intimidade dos progenitores. Por outro lado, muitos pais tornam-se demasiado permissivos (em muitos contextos), porque não são capazes de confrontar os filhos com um “não” durante a noite, ou então acabam por mostrar sentimentos de culpa, por darem demasiada importância às suas próprias necessidades de repouso e bem-estar.
Retirado de: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/dormir-com-os-pais-1663724