quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Dia da Alimentação



No âmbito do Dia Mundial da Alimentação, assinalado hoje, o CAFAP alerta pais e educadores a ensinarem as crianças a adoptar hábitos de alimentação saudáveis. 

"Pessoas saudáveis dependem de sistemas alimentares saudáveis" (FAO, 2013)

A formação do hábito alimentar começa desde os primeiros anos de vida.
Após o desmame inicia-se a introdução de novos alimentos na rotina alimentar da criança. É nesse momento que os pais devem ter disciplina e postura para apresentar ao seu filho o mundo dos alimentos. 
O primeiro contacto com alguns alimentos pode não ser uma boa experiência. Num primeiro momento, é comum que alimentos diferentes e as novas preparações sejam rejeitados pela criança, mas isso não significa que estes itens devem ser retirados da sua dieta. A adaptação aos alimentos pelos mais pequenos demanda tempo e paciência. Os alimentos, uma vez rejeitados, devem ser novamente oferecidos (até 10 vezes), ao longo de um tempo e em preparações diferentes. Normalmente, estes alimentos passam a ser, cada vez mais, aceite por elas, caso contrário deve ser retirado da alimentação por um tempo indeterminado.
Nos primeiros anos de vida é recomendado evitar a oferta de doces e açúcar. Quanto mais tardio for a apresentação dos produtos fontes de açúcar, maior é a chance da criança não desenvolver uma preferência por estes e, então, adoptar uma alimentação mais saudável.
Uma alimentação equilibrada e adequada fornece à criança um suporte para um bom crescimento e desenvolvimento. Atitudes conscientes dos pais diminuem o risco da criança desenvolver distúrbios alimentares e ameaças nutricionais, como: desnutrição, baixa estatura para idade e obesidade.

São atitudes e hábitos adquiridos na infância, os maiores responsáveis pela formação de adultos saudáveis. 
É mais fácil EDUCAR do que REEDUCAR...

Desde cedo, a criança deve ser incentivada a:
- Fazer de 5 a 6 refeições por dia (pequeno-almoço, almoço, lanche, jantar e ceia, se necessário); 
- Beber bastante água durante todo o dia (1 litro e meio); 
- Evitar o consumo de batatas fritas, doces, refrigerantes e  guloseimas; 
- Consumir leite e derivados (3 vezes ao dia); 
- Consumir, pelo menos, 4 vezes ao dia frutas e verduras (atenção, legumes e verduras devem ser bem lavados e higienizados.); 
- Não substituir a água e sumos naturais por refrigerantes, mesmo que sejam 0% de açúcar; 
- Ter horários regulares para se alimentar;
-  Procurar ingerir alimentos de todos os grupos: cereais e tubérculos; lacticínios  carnes, pescado e ovos; leguminosas; cereais e tubérculos; hortícolas; frutos. 
 - Dar preferência aos alimentos assados e grelhados em substituição dos fritos.

E agora?  Como colocar tudo em prática? O que realmente devemos fazer para estimular a criança a comer melhor? Abaixo seguem algumas dicas:

Cardápios coloridos: As cores dos alimentos ajudam a compor a apresentação dos pratos e são óptimas para atrair a atenção e o apetite da criança. Lembre-se, primeiro comemos com os olhos e isso não é diferente nas crianças.
Montagem do prato: As preparações devem ser sempre diversificadas, assim como os seus acompanhamentos. É interessante, montar o prato de diferentes maneiras, com os alimentos em posições contrárias aos dias anteriores, principalmente quando se trata de arroz e feijão. Varie os tipos desses alimentos, como: feijão branco, feijão preto, feijão branco como salada, arroz branco, arroz com açafrão e arroz com brócolos. Use sua criatividade! Faça desenhos...
Alimentos preferidos: Sempre que possível, inclua nas refeições da criança os alimentos de maior preferência, assim ela aceitará com mais facilidade os outros alimentos. Atenção, a presença de alimentos preferidos não impede que o prato contenha novas preparações e/ou alimentos previamente rejeitados, muito pelo contrário.
Importância da alimentação: Na medida do possível, explique à criança a função dos alimentos, a importância de cada grupo alimentar, o porquê da dieta ser tão variada e  não conter apenas biscoitos ou chocolates. Introduza na hora da refeição assuntos ligados a uma boa nutrição.
Modo de preparo do alimento: A família não precisa ter cardápios diferentes ou preparações separadas. Os alimentos usados habitualmente pelos adultos devem ser também consumidos pela criança. Recomenda-se, neste caso, adaptar a preparação de acordo com a faixa etária do seu filho.  Uma nova elaboração no preparo dos alimentos faz com que as crianças aceitem, com mais facilidade, o que lhe for oferecido.  Cozinhe ou desfie as carnes ao invés de assar ou grelhar, prefira legumes cozidos e frutas macias na sobremesa.
Refeição em Família: Completando a questão anterior, é interessante que os pais façam o consumo dos mesmos alimentos. Coloque no seu prato e no da criança todas as opções do cardápio, mesmo que esse contenha algum alimento que a criança rejeita. Uma das maneiras, se não a mais importante, da aprendizagem da criança é a imitação dos actos dos pais. A criança copia e observa tudo que os pais fazem. Não adianta fazer a criança comer algo que você mesmo não come.
Insistir com as novidades: Nem sempre a criança concorda em comer uma preparação que lhe é oferecida pela primeira vez. Algumas precisam provar o mesmo alimento de 8 a 10 vezes antes de aceitá-lo e incluí-lo nos seus hábitos alimentares.
Participação Culinária: Envolver a criança na escolha e no preparo dos alimentos. Exemplo: leve-a ao supermercado para ajudar na escolha de frutas, verduras e legumes, permitindo que ela leve uma da sua preferência; ensiná-la a fazer uma salada de frutas, ajudar na preparação de um bolo, deixá-la mexer nos alimentos.
Autonomia e respeito: Deixar a criança controlar o quanto comer. Não forçar, não castigar! Respeite a sensação de saciedade da criança. Já o número das refeições ao dia pode ser imposto pela família. Deixar a criança comer sozinha, oferecendo ajuda ocasionalmente. Preparar os alimentos de forma que a alimentação seja fácil para ela.

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