1. Caderno da
gratidão
Dizem que a beleza
está nos olhos de quem olha e por isso a criação do caderno da gratidão vai
ajudar-nos a darmos valor ao que realmente interessa. Como funciona? Um
caderno, definir 3 dias na semana para se escrever (apenas) as 3 coisas que nos
fizeram felizes. Definir se o caderno é da família ou se é um por cada criança.
E não adiar mais!
2. Deitar mais cedo
Defina bem as horas a
que as crianças vão para a cama. Se é verdade que durante as férias há famílias
que permitem que os miúdos se deitem mais tarde, a disciplina desta rotina é
determinante para que as crianças se sintam menos irritadas e mais capazes de
gerirem o cansaço, cooperando connosco.
Tal como o ponto 2,
este ponto é fundamental para conseguirmos sair de casa sem birras, a horas e
sem gritos (nossos!). É bom acordar os miúdos devagar, dar beijinhos e tirá-los
devagar da cama.
4. Jantar em família
Sem TV. Sem tablets.
Sem telemóveis. Vai haver amuos? É possível - mas ao manter a hora do jantar
como o momento mais importante em família está a assegurar que criam um momento
de partilha e de diálogo tão importante para o futuro ... quando forem
adolescentes. E para o ter nessa altura, tem de começar já.
5. Digital de lado
Ainda em linha com o
ponto nr.4 assim que chegar a casa, pouse o telemóvel, esconda os tablets e
passe tempo com os seus filhos. Se Setembro é o novo Janeiro, vamos começar
este ano com o pé direito,alinha? Envolva os seus filhos nas tarefas, peça ao
de 2 anos para mexer os ovos e ao de 5 anos para espremer as laranjas ou tirar
a pele às cenouras. Ao de 12 anos pode pedir para comparar os preços dos
legumes ou para fazer a lista de compras. Ensine-os a pôr a mesa bonita - vejam
revistas de decoração juntos, coloquem o nome dos convidados na mesa. Envolver,
envolver, envolver! Já se esqueceu do digital, não já?
6. Partilhar arte
A música é uma arte e
há música muito boa. Há música tão boa. Comece pelos clássicos:
Beatles, Sérgio Godinho, Caetano Veloso. Escutem uma opera, ligue um
canal de música clássica. Gostava que os filhos se lembrassem de si por ser
aquela pessoa que os fez apreciar um estilo? Já começou a partilhar essas
coisas todas?
7. Fazer com
7. Fazer com
Quando estiver a ler
este artigo, tem o Outono à porta e com ele uma série de rituais bons, o
regresso a casa por causa dos dias mais pequenos e do frio. Então faça uma
lista do que podem fazer em conjunto. Para além das tradicionais bolachas e
compotas, inclua fazerem já os postais de Natal, o calendário do advento e até
os convites para o aniversário.
8. Sossegar os medos
Este é o primeiro ano
que o seu filho vai para a escola? Vai mudar de escola? Sossegue os seus medos
(os seus - e os dele também). A escola é dos melhores sítios. Tantas
aprendizagens, tantas experiências. Tanto tempo que lá vai passar - é
fundamental que ele (e os pais) vejam a escola como um sítio positivo. Procure
10 motivos bons e escreva-os.
9. Faz parte
O filho não quer ir
para a escola? Gostava de ficar consigo em casa? Pois era, e isso era bom e não
é possível - faz parte da vida e, por isso mesmo, tem muita força. Então valide
o que ele sente, dê-lhe um miminho e diga-lhe que amanhã vai para a escola e
que até vão sair mais cedo de casa para irem a pé e de mão dada uma parte do
caminho. E que durante o percurso lhe vai contar como era consigo, quando tinha
a idade dele. A sua certeza e a sua segurança serão a certeza e a segurança
dele.
10. Gerir a sua culpa
Nem sempre
conseguimos ir levá-los, buscá-los, ajudá-los no estudo ou passarmos os 3 meses
de férias com eles. Faz parte e não tem de se sentir culpada por isso. Se nada
pode mudar ou fazer em relação a isso, então a gestão está feita. Se não há
remédio, remediado está. E se isso é algo que a atormenta, então veja o que
está ao seu alcance mudar.
11. Ir mais cedo
Sempre que puder,
saia mais cedo de casa e vá buscá-los mais cedo, na primeira semana, sobretudo
se é uma nova adaptação. Faz bem a pais e filhos.
12. Rotina =
segurança
Quanto mais cedo
houver uma rotina certinha, mais segurança a criança sente. Ela sabe que à
segunda e à quarta tem natação e que nos outros dias fica na avó. Saber com o
que se conta é fundamental.
13. Nunca
vire as costas
Vai
deixar o filho à escola e nos primeiros dias ele não quer ficar? Sossegue-o,
valide o que ele sente e deixe-o ficar entregue às educadoras/professoras. Elas
saberão tomar conta dele com o maior carinho e atenção. Nunca lhe diga (nem
permita que o façam) que vai estacionar o carro e volta já se isso não for
verdade. Nesse momento vai estar a quebrar a confiança do seu filho.
14. Não
quero saber do teu dia
Em vez de
lhe perguntar como foi o dia dele, conte-lhe como foi o seu. Cheio de detalhes.
E depois aguarde: ele vai partilhar o dele quase por magia. Vai uma aposta?
15.
Reuniões
Sempre
que houver reuniões, vá. É fundamental. Os professores são aqueles que passam
mais tempo com os nossos filhos - é bom fomentar a relação e conhecer essas
pessoas que tanto investem neles.
16.
Conhecer a escola
Leve o
seu filho a conhecer a escola antes de começar o ano escolar. E se possível
conheçam também as educadores, auxiliares e cruzem-se com as crianças da sala.
Porquê? Para ele ir criando a sua ideia da escola e quando chegar o primeiro
dia não ser tudo uma surpresa.
17.
Deixar escolher
Deixe-o
escolher a roupa do primeiro dia, a mochila, a garrafa para levar a água. Ao
sentir que foi ele que escolheu, ele vai chamar a si o ‘viver escola’. E isso é
meio caminho andado para tudo correr melhor.
18.
Dê-lhe poder
Os miúdos
não têm poder nenhum - e isso está mal! Crie uma tabela das tarefas com aquilo
que eles têm de fazer todos os dias. Dica: dê-lhes a ideia e a ajuda. Mas quem
faz são eles. Porquê? Porque é quando sentem que aquilo é deles que se
apropriam da situação.
19.
Escolha os amigos
Se é
verdade que não pode escolher os amigos da escola, enquanto são pequenos, pode
(e deve) escolher os amigos com quem o seu filho se relaciona em sua casa.
Porquê? Simplesmente porque as boas experiências em termos de amizades não só
contribuem para que os valores mais importantes sejam passados como a criança
percebe como gosta de ser tratada e irá à procura de amigos semelhantes.
20.
Relaxamento em casa
Uma vez
por semana, depois do duche, e antes de dormir, ensine o seu filho a respirar
fundo, a sentir como a barriga sobe e desce à medida que ele inspira-expira.
Basta isto. Com sossego, sem pressas. Já sabe o que se diz sobre relaxamento,
não é preciso acrescentar mais nada.
21.
Mesada
Leu bem.
Mesada. A mesada pode ser uma excelente forma de fomentar a responsabilidade no
seu filho. Imagine que ele quer comprar um jogo ou quer muito uma determinada
mochila. A mãe não gosta do boneco, acha-o feio mas se ele recebe mesada (o
valor são os pais que definem - conheço pais que dão 3 euros por mês e outros,
para a mesma idade, dão 20 euros) então pode aprender a poupar para comprar
essa mochila que tanto deseja. Que bela oportunidade para aprender a gerir o
impulso (porque até ter a mochila, vai querer o estojo, um gelado e um pacote
de bolachas) e aprender a esperar. Acha mesmo que a mesada é assim uma tão má
ideia?
22.
Estudar
O ideal é
que tivessemos todos os melhores horários - e isso significaria que os miúdos
teriam feito uma actividade, chegariam a tempo de fazer os TPCs e também
teríamos tempo para preparar o jantar. O melhor momento para os TPCs serem
feitos é antes do jantar. Vejam como podem orientar a vossa dinâmica familiar
nesse sentido. Está nas vossas mãos.
23.
Estudar fora de casa
A melhor
forma dos miúdos aprenderem a matéria é vê-la acontecer no dia-a-dia. É para
isso que ela serve, certo? E para fomentar o estudo e a motivação, olhe para os
livros dos seus filhos, aprenda com eles. Peça para eles se tornarem
professores. Estão a dar história de Portugal? Veja se na sua zona não há visitas
guiadas e vão fazer um programa desses. Estão a dar meio físico? Leve-os até ao
campo para verem a natureza. Estão a dar os advérbios? Escrevam um postal aos
avós. Dê-lhes dinheiro e peça para fazerem as contas aos postais que vão
comprar, ao selo e quanto têm de levar e quanto vão receber de troco.
24. Ordem
e arrumação
Quanto
mais em ordem estiver a casa, as secretárias, mais fácil é o estudo, mais
sossegados andamos e mais concentrados estamos. Não temos de nos tornar
maníacos das arrumações nem de passar o dia a arrumar - que perda de tempo! Por
isso a minha sugestão é: tenha menos. Menos coisas são menos coisas para
arrumar também. E isso torna o arrumar menos aborrecido. Nessa altura conte com
uma cooperação mais certa, por parte dos seus filhos. Por outro lado, já
reparou que passamos imenso tempo a dizer aos nossos filhos o que têm de fazer?
A tabela das tarefas que falei acima ajuda. E sempre que chegarem a casa, crie
o hábito de fazer com que eles coloquem as coisas no sítio devido. Com a sua
insistência e consistência vai criar-lhes um hábito.
25.
Pergunte mais, mande menos
Que não
haja dúvidas: quem manda em casa somos nós mas, e à semelhança do que está na
base da tabela das tarefas, mande menos, pergunte e afirme mais. Em vez de
dizer ‘A tua camisola, que vamos sair!’ diga: ‘Vamos sair agora e vejo que não
estás pronto. O que te falta?’
‘Deixaste
o calçado à porta, João!’ (ele já sabe o resto!)
‘Onde
vamos agora?’
E assim
descansa do papel do chato que está sempre a mandar.
Escrito por Magda Gomes Dias para a Revista Pais & Filhos - Edição de Setembro
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