“Dói-me mais a mim do que a ele”, este é um dos muitos mitos acerca da
palmada. Vale a pena pensar no poder de uma palmada e no que fica depois da dor
passar. Não numa década mas acredita-se que vamos evoluir para a fase em que
a palmada deixará de ser um tópico porque as
pessoas também evoluíram e não a vêem como opção.
Qual é ela? Funciona no imediato!
As más notícias quais são? É que funciona a curto prazo, ou seja, funciona
naquela situação específica e funciona durante pouco tempo. Porquê? Porque
vamos percebendo que não é por bater que o nosso filho não vai fazer aquilo que
nós não queremos que ele faça. O bater pouco garante. Ele faz, nós batemos e,
naquele momento ele pára. Mas continua dali a uma hora, dali a uma semana ou
mês. A má notícia é, portanto, que a palmada não
evita o comportamento.
Existem muitos estudos que nos provam uma série de coisas acerca da palmada. Um diz-nos que a zona do medo é maior em crianças
cujos pais batem (acerca da palmada terapêutica
ou sacode o pó, podes ler mais abaixo). Outros estudos dizem que pais que não
apanharam quando eram miúdos não têm como opção a palmada porque
sentem que isso os desrespeita e desrespeita os filhos. É bom de notar que em
lares onde não se usou esta opção, os filhos não a usam mais tarde. Finalmente,
comportamento gera comportamento. Qual é que escolhes?
Não deixa de ser uma frase irónica e hipócrita. Esta frase ensina que, porque
eu sou maior que tu então ‘toma lá que é para aprenderes.’ Ensina então que é a
lei do mais forte sobre o mais fraco que é a melhor. Não ensina nada em relação
a firmeza e a assertividade - elementos chaves para a construção de uma
personalidade segura e que todos os pais desejam que os filhos tenham.
Devia ser obrigatório todos fazermos alguma formação de desenvolvimento pessoal
ou lermos sobre o assunto porque - e embora isto possa parecer estranho - a
verdade é que cada um de nós é que escolhe o seu comportamento. O que é que eu
quero dizer com isto? Não é a criança que me põe doida. Eu é que não aprendi
ainda a gerir as minhas emoções, ainda não aprendi a lidar com as minhas
frustrações e, então, rebento e bato. Porque, supostamente, tu me puseste
assim… Vale a pena pensar nisto, não vale? Serás tu ou serei eu?
Muitos de nós acreditamos que não é possível educar sem fazer a criança sofrer.
E, embora não o queiramos fazer, acreditamos que há alturas em que isso é
absolutamente necessário. Quais são essas alturas?
ii) A criança precisa de saber obedecer.
iii) A criança precisa de saber que não pode ter tudo o que quer.
Será? Ou será assim:
i)A
criança precisa de saber que tem um adulto que sabe o que está a fazer e que é
emocionalmente madura.ii)A criança precisa de saber que é escutada, que é importante escutar. Nós, adultos, devemos oferecer-lhe as oportunidades para que ela possa cooperar.
iii)A criança precisa de saber que os limites são construtores e servem para
assegurar a sua segurança física e emocional. Nós, adultos, precisamos de nos
lembrar que o mimo não estraga. O que estraga é a falta de limites.
"revolto-me, afasto-me de ti, procuro pessoas e influências na justa oposição de
quem tu és". É assim com todos, sobretudo com as crianças.
“me aninho, me fecho e tenho medo - deixo
de pensar por mim, deixo de sentir valor e de me sentir capaz. Torno-me um
trapo, submisso, sem vontade e sem capacidade de me encontrar.”
7. Desenvolvimento
cerebral
Pois é, lá tinham de vir estes estudos - e repara que deixei isto quase para o
fim porque qualquer um dos pontos acima são já bastante óbvios. E sim, é
verdade que crianças que apanham têm a área do cérebro referente ao medo e aos
alarmes maior. Valerá a pena fazer com que os nossos filhos estejam
constantemente em estado de alerta, com tudo o que isso acarreta (libertação de
mais cortisol, batimentos cardíacos mais elevados, estado de stress
constante?).8. Mas uma palmadinha na hora certa
9. Mas uma palmadinha na hora certa - versão 2
A questão é: como é que eu me quero ver enquanto pai? Quero ver-me como uma
pessoa que soube lidar com as situações próprias do crescimento de uma criança
ou como aquela cuja criança era um embaraço? Quero ser fonte de inspiração? Ou
quero criar uma relação sem grande significado? Se dá mais trabalho passar a
usar a Parentalidade Positiva? Mas, as boas e maravilhosas notícias são que a
mudança se faz, que fica e que, melhor do que tudo, o que vamos colher é extraordinário!
10. Eu até mereci a palmada que recebi!
Quem, no seu perfeito juízo, acha que merece que lhe batam? Ninguém merece ser
agredido, sobretudo por aqueles que, supostamente, deveriam proteger, ensinar e
direcionar os comportamentos.
O ideal é sermos corrigidos, ensinados por pais que se sabem gerir. Mas, na
falta disso, aceitar ser-se agredido, não pode vir de alguém no seu perfeito
juízo.!
Valerá a pena continuar a dar palmadas?
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