Ler um bom livro não só é uma atividade agradável como tem impacto na biologia do cérebro durante vários dias, defende uma equipa de investigadores da Universidade de Emory, nos EUA. Os resultados da investigação dão conta de alterações ao nível das ligações do cérebro durante os períodos de repouso que, depois de ler um romance, teimam em persistir, explica o “Boas Notícias”.
“Há histórias que moldam as nossas vidas. Nalguns casos, elas ajudam as pessoas a definir a sua identidade”, afirma o neurocientista Gregory Berns, líder da investigação que teve por base o uso de imagens obtidas por ressonância magnética e começou por identificar os diferentes esquemas de atividade do cérebro durante os períodos de leitura. Mais tarde, focou-se nos efeitos neurológicos consequentes da leitura de uma narrativa, tendo como amostra de estudo 21 estudantes universitários e o livro “Pompeia”, de Robert Harris, como exemplo experimental. Cada um dos participantes foi submetido a exames ao cérebro, antes e depois da leitura. Eram examinados pela manhã e incutidos de ler um excerto de várias páginas, todos os dias, à tarde. Depois de lida a obra completa, os estudantes foram submetidos a ressonâncias magnéticas durante mais cinco dias, para determinar, afinal, qual o verdadeiro impacto da história ao nível do seu cérebro.
Os resultados deram conta do fortalecimento da conectividade cerebral na zona do córtex temporal esquerdo, associada à recetividade e aprendizagem das línguas. Também no sulco central do cérebro, onde se encontra o motor sensorial primário, se verificou uma atividade cerebral mais intensa. Esta zona é responsável pela representatividade de sensações ao nível do corpo.
“Demos conta de mudanças neurológicas associadas às sensações físicas e aos sistemas de movimento, o que sugere que a leitura de um romance pode, efetivamente, transportar-nos para dentro do corpo do protagonista”, refere Berns.
Pais e Filhos
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